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9 de maio de 2014

Entrevista #1: Nanuka Andrade

Oi queridos! Lembram que eu prometi que teríamos várias entrevistas durante esse mês, como proposta da Ação Eu Valorizo a Literatura Nacional? Pois é, hora de começar a cumprir com minha palavra. Hoje, teremos a primeira entrevista e o nosso convidado é o Nanuka Andrade!



Mini-bio: Nanuka Andrade nasceu em São Paulo, mas ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro. Ainda na infância começou a criar suas primeiras história enquanto frequentava a Biblioteca Maria Mazetti (Casa de Rui Barbosa). "O Ratinho que era feio" rendeu uma entrevista no programa do cartunista Daniel Azulay, e desde então a paixão de Nanuka por livros e ilustrações nunca parou. Em 2011 lançou seu primeiro romance infanto juvenil,Camundo, o desenho e a sombra”, e, em 2013, foi a vez de “O Ladrão de Destinos”. 


Eu fiz uma postagem especial aqui no blog no Dia do Desenhista, falando sobre o trabalho de ilustração do Nanuka, podem ver aqui. Ele é super talentoso e simpático e foi uma enorme satisfação poder fazer essa entrevista com ele!


ATLT: Nanuka, você tem dois grandes talentos, com quem se envolveu primeiro? Com o desenho ou com a escrita?

Nanuka: Com o desenho. Primeiro as garatujas e depois a reprodução de personagens de desenhos que passavam na tevê.

ATLT: Como foi seu primeiro contato com a leitura?

Nanuka: Fomos sócios do extinto “Círculo do livro” e a casa ficava sempre apinhada de livros. Numa destas aquisições, meus pais me presentearam com o livro “Aventuras de Alice no País das Maravilhas” e desde então nunca mais parei de ler.

ATLT: Quando você começou a escrever? 

Nanuka: Comecei a escrever aos 8 ou 9 anos, criando livrinhos ilustrados. Na escola ganhei um concurso com uma história chamada “O menino e a árvore”, e depois, num programa de tevê, participei de uma entrevista com o ilustrador Daniel Azulay, para o qual preparei uma história chamada “O Ratinho que era feio”. Nunca mais parei. Era uma época em que pouquíssimas pessoas tinham computadores pessoais e minha mãe datilografava todas as histórias para mim.

ATLT: Esses dias você postou no facebook um rascunho em desenho de um sonho que teve. Alguns autores afirmam que criaram suas obras a partir de sonhos. Para você, as ideias dos livros vem antes ou depois da ilustração?


Imagem retirada do perfil oficial de Nanuka Andrade no facebook.
Nanuka: Depende da inspiração. O desenho em si pode ser um complemento ao texto. É capaz de acrescentar ou preencher lacunas da narrativa que surgem não por falta de atenção, mas porque, em geral, durante o trabalho, a atenção está voltada mais à fluidez e aos detalhes relevantes. A meu ver, enquanto o texto pode ser considerado o ‘recheio do bolo’, o desenho é a ‘cobertura’. É comum outros desenhistas dizerem que a ilustração pode trazer informações excessivas sem cansar ao leitor. De qualquer maneira, no processo criativo, desenho antes de escrever.  A sintaxe do texto exige tempo, dedicação e, às vezes, um simples desenho pode traduzir tudo aquilo que esperava escrever.
ATLT: Quais são suas inspirações para escrever? Tem algum autor como referência?
Nanuka: Sou apaixonado pelos livros à moda antiga. Escritores como Monteiro Lobato, Ganymédes José, Robert Louis Stevenson, Lewis Carroll, Conan Doyle e Jules Verne sempre fizeram parte da minha vida. Gosto das figuras de linguagem criadas por estes autores.
ATLT: Quanto tempo levou para escrever "Camundo: o desenho e a sombra" e como foi a experiência? Foi mais fácil escrever as sequências?
Nanuka: Camundo foi um livro que escrevi em três anos. Antes possuía um esboço que foi trabalhado diversas vezes antes de chegar ao manuscrito final. Foi uma experiência prazerosa. Um período em que estava me descobrindo como ‘desenhista que escreve’ e não como ‘escritor’. Quanto à sequência (“O signo oculto”), não tenho dúvidas de que continuar uma história é muito mais fácil. Mas também exige dedicação e trabalho.
Imagens retiradas da página do livro no facebook
ATLT:Como você vê a literatura brasileira atualmente? Quais são suas expectativas quanto à ela?
Nanuka: A literatura nacional vive um momento muito particular nos últimos anos. Com o crescimento do número de editoras no mercado e o fenômeno da auto publicação, tivemos a oportunidade de conhecer novos escritores. A entrada da Amazon no Brasil também dispôs de uma grande oportunidade para aqueles que estão começando, além de consolidar a carreira de autores de longa estrada como a da Vanessa Bosso. De um modo geral, a Internet em si tornou-se um meio de divulgação destas obras e de nomes expressivos como os de Daniel Galera. Claro. Nem tudo são flores. E ainda falta muito empenho para preencher um espaço tão restrito e dominado pelos livros estrangeiros. 
ATLT: Você já fez artes para capas de muitos livros, qual delas deu mais trabalho?
Imagem retirada da página do livro
no facebook.
Nanuka: Produzir uma capa exige pesquisa e vários esboços até chegar ao resultado final. Não há uma que não ‘dê trabalho’. Então posso dizer que todas tiveram certo grau de dificuldade, seja na concepção ou na validação pelo autor ou editora.
ATLT: Sei que essa pode ser uma pergunta difícil, mas qual seu livro preferido?
Nanuka: Entre meus filhos? Como escritor, prefiro me apegar ao próximo. Em geral, sempre achamos que o livro (já escrito) precisa ser melhorado. E como tenho poucos já publicados ainda não encontrei um favorito.
ATLT: Qual livro nacional você recomenda? Por quê? 
Nanuka: É uma resposta difícil, mas para o momento atual indicaria o livro “A Chave do Tamanho” de Monteiro Lobato.  Embora, à primeira vista, seja apenas uma aventura juvenil, traz uma crítica social muito interessante e contundente.

Nanuka tem planos de transformar a história de Camundo em uma HQ, vocês já podem ver algumas prévias na página do livro no facebook. Além disso ele possui algumas histórias na Amazon e no Wattpad (confiram "Família retrô"!).
Acompanhe o Nanuka Andrade através de seu site oficial e conheça a Série Camundo e O Ladrão de Destinos.
Espero que tenham gostado de conhecer o Nanuka!
P.S.: Pessoal, o Nanuka tem uma calopsita de estimação e ela está desaparecida, ele publicou um anúncio de busca aqui, se puderem compartilhar seria ótimo, afinal é muito triste perder um amiguinho.

8 comentários:

  1. Adorei conhecer o autor! Não sabia do seu trabalho, mas gente… Que talento! Imagino quão incrível deve ser possuir ambos os talentos, da escrita e do desenho. Dar imagem e cor à própria criação. Nossa! Deve ser um fenômeno! (rs)
    Fiquei curiosa por conhecer as obras dele. E concordo com tudo o que ele disse sobre a situação atual da literatura nacional… Graças à autopublicação, muitos bons livros chegam às nossas mãos mesmo que não tenham o apoio das editoras.
    Beijos, flor!!!!

    http://www.myqueenside.blogspot.com

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    1. Não é, Fran! *-* Eu também tenho muita vontade de conhecer s livros dele, mas são difíceis de encontrar porque as editoras que publicaram eram pequenas e acabaram fechando... :( Ele está se esforçando para republicá-los, além de outras historias que já produziu! Bem complicado esse mercado editorial, mas aos poucos ele está se abrindo mais.

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  2. Oie :)
    Ainda não conhecia o Nanuka e adorei conhecê-lo!
    Realmente o autor tem um talento incrível com o desenho!!!
    Fiquei louca para conhecer seus livros!! Parecem ser ótimos ♥
    Beijos
    Cupcake de letras

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    1. Somos duas, Carol! Mas em breve teremos a oportunidade de novo. :)

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  3. Oiee ^^
    Já tinha visto esses livros antes, mas acho que nunca parei para ler a sinopse ou conhecer um pouco mais a história. Agora eu li...kkkk' e fiquei bastante curiosa, principalmente tendo a entrevista junto, parece ser um ponto positivo a mais para comprar os livros ^^
    MilkMilks
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

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    1. Pois é! Alguns volumes já estão até esgotados e eu não vejo a hora de estarem disponíveis novamente, tenho a sensação de que será uma leitura única!

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  4. Nanuka é um cara de talentos, sem falar na simpatia. Sempre demonstrando interesse em responder as perguntas dos leitores e esclarecer as dúvidas sobre suas obras. Quanto a parte do desenhista, sem palavras, um dom mágico que expressa todo o sentimento, todas as emoções que possui. Um exemplo é esta imagem acima, expressa o amor e a saudade que sente por sua calopsita.
    Enfim, Nanuka é raro, fala com os olhos da alma e com as mãos.
    Parabéns pela entrevista e sucesso para ambos.
    Ni
    Cai do Leitor

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    1. Obrigada, Nizete! Realmente ele é um encanto de pessoa.

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