Autor: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Ano de lançamento: 2011
Status: Série Os Instrumentos Mortais
#1 Cidade dos Ossos
#2 Cidade das Cinzas
#3 Cidade de Vidro
#4 Cidade dos Anjos Caídos
#5 Cidade das Almas Perdidas
#6 Cidade do Fogo Celestial
Páginas: 404
Onde encontrar: Saraiva
Atenção, contem Spoilers do enredo de Cidade dos Ossos
Depois das revelações bombásticas, as
batalhas perdidas e falhas e as ameaças ressurgidas em Cidade dos Ossos...
Cidade das Cinzas vem com mais problemas para Clary e seus amigos (?) Acho que mesmo dizer aliados, não ia funcionar bem aqui. Jace seu
recém-descoberto irmão, está cada vez mais impossível, e não parece medir
esforços para enfurecer a todos. E essa atitude de bad boy não ajuda nem um
pouco quando, após o roubo do segundo dos Instrumentos Mortais, a Inquisidora
aparece no Instituto para interrogá-lo... Agora Jace é suspeito de ajudar o pai
não apenas agora que o “reencontrou” mas desde o início, quando foi morar com
os Lightwood.
O Mundo de Sombras introduzido em
Cidade dos Ossos começa a se expandir e aprofundar em Cidade das Cinzas. Não
apenas porque conhecemos novos personagens da Clave e do Submundo e lugares
relacionados, mas principalmente porque
acontecimentos recentes têm abalado esse mundo e, dessa forma, afetado todos
aqueles que possuem a Visão.
Seguindo o padrão do livro anterior,
Cassandra Clare traz uma narrativa em terceira pessoa marcada por perspectivas profundas. Então é
doloroso ver Jace passar pelas acusações de Mayrise e pelas mãos impiedosas da
Inquisidora, logo após ele ter descoberto o tipo de pai que tem e ter perdido sua
paixão por causa de um laço sanguíneo. Além disso, à medida que os problemas
despencam sobre as coisas acontecem à volta de Clary, nós sentimos toda
àquela pressão e, assim, desejar nunca ter descoberto tudo é algo aceitável.
Valentim rouba o segundo instrumento
mortal – a Espada da Alma – e
envolve os filhos nisso, ninguém sabe exatamente quais as intenções dele, mas
logo surgem indícios de um plano tenebroso, sede de justiça regada a bastante loucura. Cidade das cinzas é um livro
com menos cenas de ação que o primeiro volume, em compensação é mais carregado
em suspense e diálogos com significados profundos.
Posto que a grande ameaça, Valentim, é o pai de Jace e Clary, os desdobramentos da história estão sempre envolvendo um ou outro, quando não ambos. Jace, após ser rejeitado por Mayrise, “perde a cabeça” e arranja confusão com os licantropes. Eu não esperava que Jace fosse ficar deprimido e cabisbaixo, mas também não imaginei que ele fosse se portar de forma tão ridiculamente rebelde e “mimada”. O Jace que vimos em Cidade dos Ossos era bastante pragmático, racional. Não me convenceu ele ficar tão “dane-se os Lightwood” por causa da Mayrise, enquanto ele ainda tinha a Izzy o Alec e o Max. Etretanto, conforme o livro se desenvolve você pode perceber melhor a dimensão dos danos sofridos por ele e também como ele evolui ao reconhecer as pessoas em sua vida e a lealdade delas.
"-Ora, vamos Jace. - disse Clary. - Você não pode esperar um comportamento perfeito de todos. Adultos também fazem besteiras. Volte para o Instituto e converse com ela racionalmente. Seja homem.
- Não quero ser homem - disse Jace. - Quero ser movido à angustia adolescente, sem conseguir confortar os próprios demônios internos e descontando tudo verbalmente nos outros.
- Bem - disse Luke. -, nisso você está se saindo muito bem."
Já a Clary está mais para “dane-se essa coisa de Visão”. Ela bem
que tenta ficar longe dos Caçadores de Sombras, longe do Submundo, longe de
Jace, no início do livro, mas esse não é
um mundo fácil de escapar, ainda mais agora. Clary tenta iniciar um namoro
com Simon, mas Jace não deixa. Não que ele interfira diretamente ou imponha
nada, acontece que Jace se meteu em problemas, ele desafiou a Inquisidora, e
está em uma encrenca tremenda. Então, Clary tem que ajudá-lo, porque Izzy
pediu, porque ele é seu irmão e porque a
segurança do mundo depende disso. Clary faz muitas descobertas sobre quem
ela é e em quem ela pode confiar.
"-Desculpe.
-Tudo bem. - Ele tocou o rosto dela gentilmente com as costas da mão. - Você ás vezes desaparece completamente dentro da sua própria cabeça. Gostaria de poder segui-la.
Você segue, ela quis dizer. Você vive na minha cabeça o tempo todo."
Um aspecto legal é que os personagens
secundários passam a ganhar mais terreno, à medida que outros são introduzidos.
Isabelle é apresentada um pouco mais sentimental;
Alec mostra uma personalidade constrita cada vez mais forte, mas sua confiança nos outros e em si mesmo
cresce bastante aqui.
Simon que pareceu lidar muito
naturalmente com tudo isso enfrenta certas dificuldades, além de um grande golpe que irá mudar sua vida por
completo; Magnus continua sendo O Magnífico Feiticeiro do Brooklin, mas nós
conseguimos ver um pouco mais do seu humor fenomenal, além disso ele acaba
entrando para um “time” que ele não
estava planejando fazer parte. Luke também tem certo crescimento pela forma
como se torna a “figura paterna” da vez.
"-Maia - disse Simon. - Você ainda é humana.
-Não, não sou.
-Das maneiras que importam, é sim. Assim como eu."
"-Eu sei - disse ele. - Toda vez que você quase morre, eu quase morro também." |
Além deles, temos o retorno de Mayrise Lightwood e Max,
respectivamente a mãe e o irmão mais novo de Alec e Izzy. Mayrise não causa boa
impressão de forma alguma, já Max é uma
figura terna sob a óptica dos Lightwood e Jace, mas, sobretudo sob o olhar
de Clary. Importante também é a Inquisidora
Imogen Herondale, ela é fria, meticulosa, apavorante e odiável, mesmo
atuando sob o nome da Clave, é possível perceber que para ela as coisas vão mais além. Conhecemos ainda A
Rainha da Corte Seeli e Meliorn (do povo das fadas) e Maia, uma licantrope.
"-Max é como um gato. Consegue dormir em qualquer lugar. - Jae esticou o braço e tirou os óculos do rosto dele, ajeitando-os na mesa próxima. Ele tinha uma expressão no rosto que Clary nunca tinha visto antes, uma suavidade protetora e feroz que a surpreendeu."
Todos as personagens têm papéis
estratégicos e cruciais, construindo as passagens do livro, que está repleto de ocorridos interessantes como
a visita à corte das fadas, as “reuniões” na casa de Luke ou do Magnus, os
episódios no Instituto. Outros locais marcam passagens importantes e muito
interessantes, mas não posso citá-los, pois seriam... Spoilers gritantes.
Uma coisa interessante é a cronologia da história, todos os
acontecimentos de desdobram de forma tão intensa que você sente como se
houvesse transcorrido semanas durante a leitura, mas na verdade todo a história
de Cidade das Cinzas se passa em questão de 7 ou 8 dias, isso me deixa
maravilhada, pois é uma leitura profunda
e deveria ser exaustiva, mas não, é estimulante! Provavelmente, o
contrabalanceamento do drama com a comicidade na história contribui para isso.
"Magnus estalou o dedo novamente, de forma ameaçadora. - Levante.
- Ou você vai ser o próximo a ir pelos ares - disse Simon, contente.
- Não há necessidade de esclarecer o meu estalar de dedos - disse Magnus. - A implicação ficou bem clara no estalo em si."
O livro é dividido em três partes, assim
como Cidade do Ossos, e a diagramação proporciona
uma leitura confortável com fontes e margens boas, além de uma divisão ágil
dos capítulos, sendo um ou outro mais extensos. A revisão da editora também
ficou boa, não percebi traduções ou trocas que pudessem causar confusão durante
a leitura, há algumas pontuações faltosas nos diálogos, mas nada muito
prejudicial. A capa é linda! Amo tons de azul. Os brilhinhos são um charme, mas infelizmente, eles se desgastam com o manuseio.
Eu sou fascinada pelo mundo criado por Cassandra Clare e com certeza essa
é uma história que agradará aos fãs de temáticas sobrenaturais e fantásticas.
Cidade da Cinzas é um livro com revelações
importantes para a série, então vale a pena conferir!
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